O câncer de estômago também é chamado de câncer gástrico. O tipo adenocarcinoma é responsável por cerca de 95% dos casos de tumor do estômago.
Outros tipos de tumores, como linfomas e sarcomas, também podem ocorrer no estômago. Os linfomas são diagnosticados em cerca de 3% dos casos. Sarcomas são tumores raros, iniciados nos tecidos que dão origem a músculos, ossos e cartilagens. Um tipo que pode afetar o estômago é o tumor estromal gastrointestinal, mais conhecido como GIST.
O adenocarcinoma de estômago atinge, em sua maioria, homens por volta dos 60-70 anos. Cerca de 65% dos pacientes têm mais de 50 anos.
No Brasil, o câncer de estômago é o terceiro tipo mais frequente entre homens e o quinto entre as mulheres.
Não há sintomas específicos do câncer de estômago. Porém, alguns sinais, como perda de peso e de apetite, fadiga, sensação de estômago cheio, vômitos, náuseas e desconforto abdominal persistente podem indicar tanto uma doença benigna (úlcera, gastrite, etc.) como um tumor de estômago. Durante o exame físico, o paciente com câncer pode sentir dor no momento em que o estômago é palpado.
Sangramentos gástricos são incomuns no câncer de estômago, entretanto, o vômito com sangue ocorre em cerca de 10% a 15% dos casos. Também podem surgir sangue nas fezes, fezes escurecidas, pastosas e com odor muito forte (indicativo de sangue digerido).
Massa palpável na parte superior do abdômen, aumento do tamanho do fígado e presença de íngua na área inferior esquerda do pescoço e nódulos ao redor do umbigo indicam estágio avançado da doença.
A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar um tumor em fase inicial e, assim, possibilitar maior chance de tratamento.
A detecção pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos em pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com exames periódicos em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.
Não há evidência científica de que o rastreamento do câncer de estômago traga mais benefícios do que riscos e, portanto, até o momento, ele não é recomendado.
Já o diagnóstico precoce desse tipo de câncer possibilita melhores resultados em seu tratamento e deve ser buscado com a investigação de sinais e sintomas como:
Na maior parte das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em alguns dias.
O diagnóstico é feito pela endoscopia digestiva alta.
A endoscopia digestiva alta permite ao médico visualizar o esôfago e o estômago, além de fazer biópsias (retirada de pequenos fragmentos do tecido).
O material da biópsia é enviado a um laboratório de Anatomia Patológica onde o médico patologista analisa o material recebido
A endoscopia permite avaliar a lesão e existem classificações onde você pode prever se trata-se de um câncer inicial ou avançado de acordo com a característica das lesões:
O tratamento varia de acordo com a extensão da doença (doença localizada ou avançada) e o tipo histológico da lesão.
O câncer de estômago é considerado localizado quando está restrito ao órgão e aos gânglios linfáticos ao redor. Neste caso, o principal tratamento é a cirurgia.
Durante o procedimento, o cirurgião primeiramente faz um exame visual do interior da cavidade abdominal, para verificar se não há disseminação do tumor que não foi constatada nos exames pré-operatórios. A decisão de retirar todo o estômago ou apenas parte dele depende de fatores como a localização específica do tumor, a extensão da lesão e o subtipo de câncer. Em algumas situações, como quando o tumor invade a artéria aorta, a cirurgia pode não ser possível.
As cirurgias mais frequentes são:
Nas situações em que não é possível retirar o tumor com cirurgia ou em que há metástases (câncer espalhado para outros órgãos), o tratamento é paliativo. As metástases do câncer gástrico em geral estão localizadas no peritônio (membrana que recobre os órgãos digestivos e a parede interna da cavidade abdominal), fígado, pulmões, ossos, gânglios linfáticos distantes do estômago, cérebro e glândula adrenal.
O objetivo do tratamento paliativo é aliviar ou evitar sintomas, melhorar a qualidade de vida e prolongar a sobrevida. A escolha do tipo de tratamento paliativo depende dos sintomas presentes, da extensão do tumor e, principalmente, das condições físicas do paciente.
O sangramento tumoral em geral é de pequena quantidade e crônico, mas, em alguns casos, pode ser mais agudo. A avaliação médica define o tratamento necessário para cada paciente, que pode incluir: observação, medicamentos, transfusões sanguíneas, procedimentos endoscópicos ou vasculares (embolização para cessar o sangramento), cirurgia ou radioterapia paliativa.
Outros sintomas frequentes são náuseas, vômitos, caquexia e a obstrução do trânsito intestinal. Em casos mais brandos, modificações de dieta e o uso de medicamentos podem aliviar. Em outras situações, a depender da causa da obstrução e das condições físicas do paciente, a melhora pode ocorrer com quimioterapia, radioterapia, procedimentos endoscópicos ou cirúrgicos. A colocação de um cateter pelo nariz até o estômago para fazer a descompressão gástrica e a drenagem de secreção, ou mesmo a sedação paliativa, podem ser necessários em quadros clínicos mais graves.
A quimioterapia paliativa pode, em alguns casos, prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida. É importante que esse tratamento seja feito de forma simultânea ao controle dos sintomas (medidas para controle de dor, sangramento, vômitos, etc.) e do suporte psicossocial ao paciente e familiares.
O tratamento, que depende do tipo de linfoma e da extensão da doença, pode incluir uma ou mais das seguintes modalidades: tratamento da infecção pela H. pylori; cirurgia; radioterapia; quimioterapia; anticorpo contra linfócitos B.
O tratamento pode incluir cirurgia e uso de medicamentos via oral.